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  • Foto do escritorJornal do Juvevê

Bêbados


Um bêbado chato:

Fala, fala, fala alto. Tem posicionamento polêmico.

Dois bêbados chatos:

Falam, falam, falam muito e muito alto. São concordantes. Trocam abraços. Defendem a mesma tese.

Três bêbados chatos:

Aí ninguém mais aguenta, é uma falação sem fim. Ninguém se ouve. Falam ao mesmo tempo. Teorias vãs, conversas de loucos.

Nem tudo é tão ruim que não possa piorar. Chega o quarto bêbado chato. Este, pensa diferente, é opositor, discorda de todo mundo. Tem sua filosofia, ideologia, teologia, agonias próprias.

Tá feita a caca. Ninguém mais consegue conversar. Há muita gritaria, muita discussão. As besteiras, os argumentos, cada vez fazem menos sentido.

Dio, que não é bobo, desafia um deles para uma partida de sinuca, mudando o foco dos altercadores.

Há um alívio, um sossego temporário. Melhor que os embriagados partam antes do final da disputa da bola oito. Senão começa tudo de novo.

Ah! É chato porque tá bêbado? Não, é chato porque fala do que não sabe. E por não ter argumentos, parece que para calar o outro, convencer o oponente, quanto mais alto melhor.

Eu não estou bêbado. Se estivesse, teria escrito tudo em caixa alta. O que não me impede de ser chato.


Watson

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