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  • Foto do escritorJornal do Juvevê

A regra é clara.


Ah! Todos sabemos como é o jogo. Sabemos também como são os jogadores. As partidas disputadas pouco valem, as fichas para liberar as bolas custam ninharia. Não se aposta dinheiro neste bar, quando muito uma cerveja e não é bico seco, ou seja, os adversários dividem a bebida, mas quem paga é o perdedor. A competitividade dos jogadores nada tem a ver com o valor em risco. É a gana pela vitória, a afirmação de sua competência, o desejo aflito de ser o melhor. Nem sempre é possível.


Discutir as regras quando se está perdendo? Nada mais comum. Saber perder? Ainda mais com “algumas” na cabeça, muitas vezes, improvável.

Na sinuca de boteco sempre vem alguém que quer aplicar as regras de São Paulo, de Quixeramobim ou de Pangaré Mirim. Desde que esteja perdendo, se estiver ganhando, a regra local é boa.

Castigo simples ou duplo? A bola 8 embaralhada, na tabela ou fora da mesa? Entre outras regras sempre debatidas.

Não precisa dizer que isso já foi motivo de encrencas, várias, em volta da mesa, chamando pela intervenção de Dionísio que é um misto de juiz, apaziguador e repressor aos exageros.

Bom, ninguém nunca se matou ali, porém, já assustou muitos clientes desavisados, com medo de que os debatedores partam às vias de fato. Tal a veemência com que discutem.

No fim, esses brigões, tão aguerridos, baixam a guarda. Eles se reconciliam, saem abraçados e amanhã vai ser quase igual. Vai começar tudo de novo com novos personagens.

Por essas e outras, nos campeonatos “internacionais” do Bar do Dionísio, o regulamento vem por escrito. O Bigode é convocado a agir como juiz e os competidores são todos familiarizados com as regras locais.

Ainda assim, só há um campeão e a choradeira é imensa.


Watson

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