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Não foi protesto, foi censura: quando estudantes têm medo do debate

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O que era pra ser exemplo de cidadania virou intolerância a democracia. No dia 9 de setembro de 2025, o histórico Salão Nobre da Faculdade de Direito da UFPR, que já deveria representar o espaço máximo do debate acadêmico, foi tomado por estudantes ideologicamente alinhados à esquerda, que não aceitaram simplesmente ouvir uma palestra, eles a impediram de acontecer. Esse ato, longe de ser um gesto legítimo de protesto estudantil, representou uma forma de censura irracional, que inviabilizou o livre exercício do diálogo.


Uma peça fabricada como “resistência”?


Manifestantes ultrapassaram os limites do debate democrático ao ocupar o prédio e expulsar os convidados, o vereador Guilherme Kilter (Novo-PR) e o advogado Jeffrey Chiquini, com empurrões, gritos de “recua, fascista”, isolamento físico e ameaça (como relataram testemunhas). Um verdadeiro bloqueio ideológico — não se discutiu, não se ouviu, só se intimidou.


O que aconteceu em sequência?


A Polícia Militar precisou intervir, diante da escalada de tensão, para preservar o direito dos convidados de deixar o local. Há registros de uso de bombas, spray de pimenta e balas de borracha, o que gerou polêmica quanto à desproporcionalidade da ação.


Esse episódio abre espaço para questionar: se o Estado não intervém nessas situações, onde está a segurança do pluralismo?


A universidade e a velha retórica da “exploração fascista”?


Curiosamente, os mesmos estudantes que agora se erguem como guardiões da democracia e acusam os palestrantes de “extrema direita” e “golpistas”, ignoram que a liberdade de expressão não pertence apenas a quem eles apoiam. A universidade, instituição secular, plural, gratuita, não deveria tolerar o cerceamento das ideias, mesmo que destoem do sentido dominante entre os jovens ativistas.


Um alerta: radicalização disfarçada de ideologia


Quando um grupo estuda mais em hashtags do que em argumentos, e substitui o diálogo por barreiras físicas, esse não é ativismo, é dogmatismo. Um ambiente acadêmico saudável precisa confrontar, discordar e inclusive convocar os distantes a conversar. Não confiná-los ao silêncio.


Se a esquerda achar que impedir palestras reforça sua vitória ideológica, está redondamente enganada. Demonstra o oposto: medo de debate, intolerância ao contraditório, síndrome do pensamento único. Não era para haver confronto, mas para haver reflexão e, ainda assim, os estudantes impuseram barreiras físicas.

Se a academia quer continuar sendo verdadeiramente plural, deve defender e exercitar a liberdade de expressão quando ela é mais incômoda, não quando está ao gosto do grupo dominante. A censura não se combate com mais censura.


DOUGLAS PRESIBELLA – Assessor de Imprensa e Estrategista de Reputação Parlamentar

@imprensa.cwb

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