Câmara de Curitiba aprova moção em apoio à Polícia Militar do Paraná
- Jornal do Juveve
- 18 de set.
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Maioria dos vereadores manifestou apoio à ação da Polícia Militar do Paraná, no dia 9 de setembro, na UFPR.

A Câmara Municipal de Curitiba (CMC) aprovou, em votação simbólica, nesta quarta-feira (17), uma moção relacionada ao ocorrido, no dia 9 de setembro, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), quando uma palestra sobre a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) deixou de ser realizada no prédio da UFPR na praça Santos Andrade. A moção aprovada declarou apoio à Polícia Militar do Paraná, que se envolveu no incidente.
Na noite de 9 de setembro, manifestantes protestaram contra a realização da palestra “O STF e a interpretação constitucional”, no Salão Nobre do curso de Direito, que teria a participação dos vereadores Guilherme Kilter e Rodrigo Marcial, do Novo, e do advogado Jeffrey Chiquini. Em razão da oposição ao evento, a palestra não foi realizada, apesar de os palestrantes terem ingressado no prédio histórico da UFPR. Diante do tumulto no curso de Direito da UFPR, a Polícia Militar do Paraná foi acionada, penetrou no edifício e, na dispersão dos envolvidos, houve confronto.
A Polícia Militar nos resgatou, diz Guilherme Kilter sobre ocorrido na UFPR
“Fomos empurrados até a sala dos professores, onde ficamos mais de 30 minutos trancados, porque a Polícia Militar teve que negociar com os alunos para eles nos liberarem de lá, mas não liberaram. A gente não podia sair”, relatou Guilherme Kilter, ao abrir o debate na tribuna da CMC. “A Polícia precisou entrar [na UFPR para] nos resgatar. Se fosse um ambiente democrático, não precisaria a Polícia entrar”, continuou o vereador, que assina as duas moções. Ele parabenizou o Coronel Sampaio, comandante do 33º Batalhão da PMPR, pela operação.
“A Polícia Militar é uma instituição séria, com homens e mulheres que fazem um trabalho sério, que dão suas vidas, que muitas vezes não querem partir para o confronto, tentam fazer um plano de negociação”, opinou Pier Petruzziello (PP), que assina a moção de apoio à corporação com Kilter. “Eu fiquei muito assustado quando vi vereadores dessa Casa e deputados estaduais criticando a Polícia Militar. A moção é para defender a PMPR”, opinou o parlamentar.
Egresso da UFPR, onde cursou Direito, Rodrigo Marcial foi convidado para mediar a conversa entre Kilter e Chiquini. “Nos 15 anos desde que entrei naquela faculdade, eu nunca vi algo parecido com o que aconteceu na terça-feira. Sempre houve debates ideológicos e até polêmicos, mas jamais esse nível de violência e intimidação”, disse o parlamentar, que é coautor da moção de apoio aprovada na Câmara de Curitiba. “Um aluno da faculdade de Direito levou um tapa no rosto e teve o celular roubado antes mesmo da palestra começar. Isso é absolutamente inaceitável e expõe o grau de violência política que estamos vivendo”, criticou.
Nota oficial da UFPR foi questionada por vereadores de Curitiba
Referindo-se à nota oficial da UFPR sobre o ocorrido, onde se atribuiu “uso de força desproporcional” à PMPR, Guilherme Kilter alegou que “não teve uso desproporcional de força, coisa nenhuma!”. “[Eles, a Polícia Militar] entraram para nos proteger, porque estavam sendo agredidos”, afirmou o vereador. Em apartes, Eder Borges (PL) comparou o caso ao assassinato do influencer de direita Charlie Kirk e disse que “nós sabemos que a universidade pública brasileira é uma fábrica de militantes, de idiotas e delinquentes”.
A vereadora Carlise Kwiatkowski (PL) disse que os manifestantes encurralaram autoridades e que, por isso, “temos que enfrentar essa ideologia dentro das nossas universidades com muita força”. Já a vereadora Sargento Tania Guerreiro (Pode) disse que “baderneiro tem mesmo é que ser contido pela PMPR”, antecipando a opinião de Da Costa (União), para quem “a PMPR agiu de forma impecável” e que “se está fazendo baderna [...] a polícia tem que sentar a borracha mesmo”.
Olimpio Araujo Junior (PL) e a vereadora Delegada Tathiana Guzella (União) acusaram de hipocrisia quem recrimina a ação da PMPR na UFPR, mas, ao ser vítima de crime, procurar a corporação por socorro. Sobre a nota da UFPR, Marcial disse que ela deveria ter citado o público que foi à universidade para ver a palestra e foi agredido. “Eu nunca tinha olhado nos olhos de outra pessoa com desejo de extermínio e morte. Foi a primeira vez que vivi essa experiência e espero nunca mais passar por algo assim”, relatou o vereador do Novo.
Fonte: CMC
Foto: Rodrigo Fonseca/CMC




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