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RODRIGO MARCIAL EM BRASÍLIA: A ENTREGA DO MAIOR PEDIDO DE IMPEACHMENT DA HISTÓRIA

Vereador curitibano inicia etapa decisiva de um movimento nacional contra abusos de autoridade e reacende o debate sobre limites institucionais no país

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Uma jornada que ultrapassa fronteiras municipais

O vereador de Curitiba Rodrigo Marcial (NOVO) desembarcou em Brasília no dia 02 de dezembro de 2025 para concluir uma das iniciativas mais ousadas já conduzidas por um parlamentar municipal: o protocolo do maior pedido de impeachment já formulado contra um ministro do STF, baseado no chamado Dossiê Moraes. O documento reúne 126 episódios registrados ao longo de seis anos, que, segundo Marcial, configurariam sucessivas violações de direitos e extrapolações de competência por parte do ministro Alexandre de Moraes.


Embora eleito para representar uma capital municipal, Marcial assumiu protagonismo em um debate nacional. Sua chegada, portanto, não foi apenas protocolar: marcou o início de uma movimentação política rara: um vereador articulando, em escala federal, apoio para um dos temas mais sensíveis da República.


Articulação política em ritmo acelerado

Assim que pisou em Brasília, o vereador iniciou uma busca estratégica por assinaturas e manifestações de apoio entre parlamentares alinhados à pauta. Deputados como Marcel Van Hattem, Zé Trovão, Julia Zanatta, Carlos Jordy, Adriana Ventura e o senador Eduardo Girão prontamente dialogaram com Marcial e reforçaram a importância do material compilado no dossiê .


A agenda do parlamentar, no entanto, não se limitou ao Congresso. Ele participou de entrevistas, coletivas e programas de grande audiência, explicando a natureza do documento, os critérios de seleção dos casos e a motivação democrática por trás da iniciativa.


A decisão de Gilmar Mendes e a virada de cenário

No dia 03 de dezembro, uma decisão liminar do ministro Gilmar Mendes trouxe novos elementos à discussão: ao reinterpretar dispositivos legais, o magistrado estabeleceu que somente a Procuradoria-Geral da República poderia apresentar pedidos de impeachment contra ministros do STF. A medida foi amplamente percebida como um obstáculo adicional — e, para alguns, uma blindagem institucional que não encontra respaldo no texto constitucional.


A coincidência temporal entre a decisão e a presença de Marcial em Brasília gerou forte repercussão nacional. Deputados e senadores da oposição se organizaram em coletiva, traçando estratégias para reduzir o poder do Supremo, inclusive por meio da proposiçaõ de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC). A decisão de Gilmar foi vista como um verdadeiro esvaziamento do poder do Senado Federal e nos bastidores do Senado, a sua presidência na figura de Davi Alcolumbre fez questão de reverberar o seu profundo descontentamento com a decisão exarada em um processo iniciado pelo partido Solidariedade de Paulinho da Força, que também é relator do PL da Anisita em tramitação na Câmara dos Deputados. Em vez de desmobilizar o movimento, o efeito foi o oposto: o vereador intensificou entrevistas, ampliou articulações e reforçou seu discurso de que decisões ilegais não podem ser simplesmente acatadas quando afrontam prerrogativas democráticas, especialmente do Senado Federal .


Apoios estratégicos e uma repercussão crescente

Marcial recebeu o apoio de nomes de grande peso político, como o Senador Flávio Bolsonaro, Damares Alves e o deputado Luiz Philippe de Orléans e Bragança. A causa chegou ao plenário da Câmara, onde o deputado Carlos Jordy o citou nominalmente ao comentar o movimento — reconhecimento excepcional para um parlamentar municipal atuando em nome de uma pauta nacional e que tem grande respaldo na capital paranaense, já que inúmeros curitibanos assinaram o Dossiê Moraes e defendem o impeachment do Ministro.


A presença midiática também cresceu rapidamente. Marcial participou de programas como Cláudio Dantas, Bradock Show, Oeste com Elas e Sem Rodeios da Gazeta do Povo, alcançando públicos diversos e reforçando sua tese de que o Dossiê Moraes funciona como um instrumento de memória e responsabilização histórica.


O protocolo do dia 04/12 e o que ele representa

Apesar da decisão de Gilmar Mendes, Marcial reafirmou no programa Café com Gazeta da Gazeta do Povo que “não recuará”. Para ele, o protocolo do pedido de impeachment não simboliza um ato final, mas o marco inicial de um novo estágio de debate sobre limites de poder no Brasil. No dia 04 de dezembro, portanto, será entregue oficialmente o documento no Senado, consolidando uma iniciativa que já mobiliza parlamentares, imprensa e parte expressiva da sociedade civil .


Por que o movimento importa

Mais do que um gesto isolado, a ação de Rodrigo Marcial ilumina uma discussão maior: quem vigia os vigilantes? Em um sistema institucionalmente complexo como o brasileiro, os freios e contrapesos são essenciais — e, segundo Marcial, foram negligenciados no caso do ministro Alexandre de Moraes.


Ao compilar 126 episódios, buscar apoio político e enfrentar uma reinterpretação judicial que restringe instrumentos democráticos, Marcial posiciona sua iniciativa como parte de um esforço mais amplo para restabelecer limites institucionais e defender liberdades individuais.


A entrega do documento, portanto, é menos um fim e mais um começo. Ela inaugura uma nova fase de disputa narrativa, jurídica e política sobre o papel do Supremo, o alcance de sua autoridade e a legitimidade dos mecanismos de responsabilização.

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