Natal e Ademir são os únicos no bar, depois de algumas “beras” Natal precisa ir ao banheiro.
Ao tentar abrir a porta ouviu alguém tossindo lá dentro. Esquivou-se, segurou o que pode e foi reclamar com o Ademir: “Essa pessoa não sai, tá lá tossindo e não sai.”
Ademir retruca:
-Não tem ninguém lá.
-Tem sim, tá tossindo.
Ademir se aprochega, ouve a tosse e abre a porta... ninguém lá.
Natal religioso, foi orar pelo “espírito que tosse” no banheiro do bar.
Antes, bem antes, era o Maíco que ajudava na casa, na época que havia uma cozinha nos fundos e serviam refeições; Naquele intervalo que citei entre o almoço e o jantar em que havia um relax, a cozinha já limpa, cada coisa em seu lugar e de repente... Crash... bong... pow... trink... bum! Maíco achou que o gato do vizinho estava aprontando na cozinha, saiu correndo e voltou correndo.
Ao observar a cozinha não havia nada fora do lugar. Mais orações.
Havia o Afonsinho, todo dia quando a Beth abria o bar, lá estava ele, pedia um pão com queijo na chapa, conversava e aloprava.
Afonsinho passou desta para a outra, que dizem ser melhor, sinceramente discordo. Se houver coisa melhor que isto aqui, acho que Deus guardou para ele.
Mas, morreu o Afonsinho e em certo dia Beth abriu o bar, limpou e foi arrumar as prateleiras; Beth conta que viu Afonsinho entrar, passar pelo balcão e quando procurou por ele no salão... cadê?
Beth associou, o cidadão era, por demais, apegado ao ambiente e não tinha vontade de ir embora. Pediu a todos que fizessem orações, rezas e preces para o desapego e a partida final.
Sinceramente Beth, se eu me for e aparecer de vez em quando não reze não, não peça preces e orações. Gosto muito daqui e prometo me comportar, não vou derrubar as panelas, não vou ficar tossindo no banheiro e não vou incomodar ninguém.
Watson
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