Jornal do Juvevê
Teia de aranha.

Conversando com um amigo lá no bar:
-E aí cara, tudo bem?
-Tudo, e contigo?
-Bem também.
-Li teus artigos sobre o bar, bem legal. Da onde você tirou essa mania de escrever sobre essas bobagens que acontecem aqui?
Como responder? Dizer que é pura brincadeira? Que é só pra distrair?
Não, a verdade é que a vida ficou muito chata principalmente com a chegada das eleições.
Havia um ranço, um ódio, as conversas só tratavam de política, de um lado e de outro uma convicção quase que religiosa sobre o tema. Amizades desfeitas, discussões insalubres e argumentos sem nenhum embasamento. Ficou chato, ficou triste. Tudo porque a rede social começou a combater o jornalismo (e até o jornalismo combateu a si próprio). As informações sempre tendenciosas e a Inteligência Artificial com seus algoritmos sempre te mostrando mais do mesmo, daquilo que ela percebeu que te agrada.
O bar, que a gente procura para estar com os amigos, se divertir, rir, passar o tempo em uma partida de sinuca, de repente se transforma num campo de batalha ideológica.
Cansei de provocações, de tentar argumentar, de ouvir bobagens, procurei outro entretenimento e encontrei a escrita. Resolvi fazer dela um instrumento de leveza, sem ranço, falando da vida e das coisas e pessoas (boas e más) que a gente presenciou ao longo desses tantos anos de convivência.
Criei um grupo no whatsapp em que como único administrador só eu posso fazer postagens. Mando os contos pra esse grupo e todos tem a liberdade de ler ou não, de sair do grupo se não estiverem satisfeitos. Sem nenhuma pretensão acabei sendo publicado no blog do Jornal do Juvevê e atingi outras pessoas e alguns coraçõezinhos de curtidas.
Então é isso, o homem, ser político por natureza, se torna fanático por conta da informação que recebe, e esta manipulada pela web, essa teia de aranha que te prende à própria ignorância, distorce a realidade.
Melhor ler e escrever bobagens.
Watson