É inegável que a escrita tem papel terapêutico, sendo assim ao colocar as minhas ideias e angústias no papel eu sinto um grande alívio.
Iniciei essa prática muito antes de pensar em me tornar psicóloga, na verdade era daquelas garotas que adorava diários e agendas.
Aos 19 anos, cursava faculdade de Direito e não havia tempo para essa prática. Eu sempre fiz estágio, a rotina era exaustiva, mas logo iniciei a escrita de peças processuais, confesso que era a melhor parte de ser advogada - escrever.
Posteriormente, na minha gestação eu retomei a prática do diário, fazendo diariamente anotações da gestação e dos primeiros anos dos meus filhos. Provavelmente, por ter como lembrança meu próprio diário, feito com todo carinho por minha mãe, que registrou as primeiras palavras, as papinhas, os presentes e muitas outras situações, uma leitura carregada de emoção (adoro tradições familiares e dei início a mais uma).
Assim, escrevi durante as duas gestações tudo que vinha a mente, o que desejava para os meus filhos, minhas alegrias, meus receios e muitas outras situações….
Com filhos pequenos, havia muito para escrever, mesmo que fosse possível tão somente durante a madrugada, registrar suas graças era um grande prazer para meu coração de mãe.
Até que um dia eu senti vontade de escrever poemas, transformar minhas sensações e sentimentos em algo poético… até um guardanapo passou a servir de papel, quando a inspiração surgia. Usava o que estivesse à mão, assistia aula na faculdade de Psicologia rabiscando ... era assim que chamava meus escritos, pois não acreditava que teria algum valor contido neles.
Um dia percebi que deveria manter tudo organizado e que deixaria para a minha filha, uma grande lembrança minha, meus pensamentos em forma de poesia. Inspirada por Cora Coralina e Rubem Alves, meus preferidos…comprei um caderno com capa de flores (uma de minhas paixões) e fui transcrevendo e organizando em ordem cronológica, tudo que eu encontrava nos cadernos antigos, agendas, folhas soltas e guardanapos.
Em janeiro deste ano, surgiu o convite para escrever para o Jornal do Juvevê, uma Coluna de Psicologia, onde conto com a liberdade de misturar poesia e de escolher os temas.
Então, eis que me sinto uma escritora de fato, um sentimento de gratidão me invadiu e presto uma singela homenagem aos meus pais que sempre me incentivaram a ler, eu tinha desde muito pequena livros, gibis e assinatura de uma revista infantil chamada "nosso amiguinho" a minha disposição.
Quanto a um livro de minha autoria, penso muito no assunto, já iniciei um e tenho uma história muito especial pronta em minha mente, porém falta tempo para colocar no papel, ou melhor, no computador.
Eu tenho uma vida com muitos capítulos interessantes, foram muitas batalhas e muitas vitórias e elas compõem o livro da minha vida, do qual tenho imenso orgulho.
Assim, eu te convido a escrever seus sonhos, a não ter receio de ousar e buscar realizar tudo que sua mente conseguir imaginar.
E lembre-se "não deixe o perfeito ser inimigo do bom" (frase atribuída a Voltaire).
Apenas faça, não tente ser perfeito, senão qual seria o sentido da palavra "treino"?
Obrigada por acompanhar o Jornal do Juvevê e a coluna de Psicologia Vida Plena Psi, até a próxima.
Cláudia Ducci Hartmann
Psicóloga CRP 08/37672
@psi.claudiaducci
Este bonito relato de uma história sobre a atividade de enorme dedicação me faz lembrar uma pequena história dos tempos escolares pois a escrita era uma maneira de descrever certas situações e certo professor, além de capacidade profissional nele tinha o incentivo particular de também juntar nas redações algum desenho relativo ao assunto descrito e assim somar qualidade aos textos o que me era de grande satisfação pessoal e educativa.
Adorei! ❤️
Sempre adorei escrever!!! Tinha diário na adolescência e infelizmente perdi esses cadernos. Outra coisa interessante eram os cadernos que tínhamos na escola, o tal caderno de confidências… quantos tesouros em cada resposta, um sentimento que hoje as crianças não imaginam o quanto nos fez bem!!!
Quando escrevemos colocamos um pouco da nossa essência no que produzimos. Exercitar a escrita nos aprimora e permite que possamos refletir sobre nossas crenças, nossas opiniões.