Já foram liberados mais R$ 148 milhões neste tipo de operação de segundo piso, em que o Banco repassa recursos a outras instituições, que levam o crédito às micro e pequenas empresas. A Carvalho Metais, de Curitiba, foi uma das beneficiadas.
Foto: BRDE
Em 2021, foram abertas no Brasil 682,7 mil microempresas, recorde da série histórica para o segmento. Destas, 121,9 mil são de pequeno porte, segundo levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Pensando em aproximar a instituição desse público, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) já liberou mais de R$ 148 milhões para operações do chamado segundo piso, destinadas a pequenos e microempreendedores.
Nesta modalidade, o BRDE contrata uma operação com outra instituição financeira e repassa os recursos. A instituição contratada se obriga a destinar o montante dentro das condições estabelecidas pelo BRDE e aceitas por ela para microcréditos de até R$ 20 mil. Desta forma, em relação ao cliente final, a instituição financeira que destinou o recurso é de primeiro piso e o BRDE, origem dos recursos, é de segundo piso.
“A ideia é aproximar o banco da sociedade. Nosso compromisso é tornar o financiamento uma realidade possível para os micro e pequenos empreendedores, que movimentam a economia local e geram desenvolvimento nas cidades”, explicou o presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.
A instituição financeira Rapidium, Sociedade de Crédito ao Microempreendedor e à Empresa de Pequeno Porte, recebeu R$ 900 mil em repasses do BRDE. Foi através dela que Bruno Carvalho, proprietário da Carvalho Metais, Centro de Reciclagem de Metais Ferrosos e Não Ferrosos, que funciona em Curitiba, conseguiu o investimento para comprar a trituradora de cobre, fundamental para o crescimento do seu negócio.
Bruno destacou a facilidade em conseguir os recursos do BRDE pela Rapidium e o suporte recebido ao longo do financiamento com as documentações necessárias. “O acesso ao microcrédito foi bem importante para continuar com o crescimento da empresa, porque muitos bancos são bem burocráticos para liberar os financiamentos, e a Rapidium correu atrás, fez o possível para que conseguíssemos”, ressaltou.
Facilitar o acesso é o objetivo da parceria, segundo o sócio-diretor da Rapidium, Flávio Locatelli Junior. “Queremos levar recursos onde o empreendedor atua e, muitas vezes, tem dificuldade de acesso a créditos. Como resultado, a parceria injeta recursos na economia local, promove a sustentação do próprio negócio e da família do empreendedor e, em alguns casos, gera até mesmo emprego e renda para a comunidade”, disse.
A Rapidium atua no Paraná e em Santa Catarina e já está em processo de renovação da parceria com o BRDE, aguardando novo repasse de R$ 2,5 milhões. “Tivemos resultados fantásticos, a parceria é muito exitosa e, desde o início, as perspectivas foram atendidas com o objetivo de fazer chegar o recurso de forma orientada aos empreendedores de pequenas cidades”, ressaltou Locatelli.
Até agora, o BRDE fez outras quatro operações de segundo piso. Em 2021 foram repassados R$ 120 milhões para a Cresol e R$ 10 milhões para a Fomento Paraná, instituição financeira do Governo do Paraná. Em 2022, estão em liberação, além dos R$ 2,5 milhões para a Rapidium, R$ 15 milhões para a Sicredi.
FOMENTO PARANA – Para o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves, a atuação organizada e complementar do BRDE com a instituição no Sistema Paranaense de Fomento tem se mostrado muito importante como política de apoio aos pequenos negócios.
“As linhas de microcrédito da Fomento Paraná hoje chegam a todos os cantos do Estado, principalmente por meio de parcerias em quase 300 municípios, com agentes de crédito presentes em Salas do Empreendedor e Agências do Trabalhador. Isso faz com que os recursos repassados pelo BRDE também possam chegar a esses locais, proporcionando que o crédito gere novos negócios, empregos e renda para as pessoas”, afirma Neves.
Fonte: AEN
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