Nessa época o consumismo se agiganta
e a ganância aumenta sem pudor.
A ostentação vã de nada adianta
em meio a presentes vazios, sem valor.
O Natal perde seu verdadeiro sentido
de amor, compaixão e solidariedade.
É preciso olhar além do que é vendido:
a dor que se alastra por toda parte.
A sociedade escancara seu esgoto:
enquanto alguns esbanjam luxo e fartura,
outros saboreiam o amargo desgosto
de uma desigualdade nua e crua...
As ruas se enfeitam com luzes brilhantes,
mas a escuridão social não se dissipa.
A realidade grita aos ouvidos errantes,
em meio às festas e à ilusão infinita...
(Igor Veiga / PERIGOR)