top of page
  • Foto do escritorJornal do Juvevê

Mulheres, hoje é o nosso dia. É mesmo? E os outros dias de quem são?


Hoje é 8 de março, o Dia Internacional da Mulher, uma oportunidade para lembrar a luta que tantas mulheres fizeram para melhorar a condição de vida de todas nós, as mulheres.


É uma celebração de vida, de luta e de direitos. É um meio para destacar questões sociais, políticas e econômicas relacionadas às mulheres, bem como para promover mudanças significativas que melhorem a vida de todas nós ao redor do mundo.


Muitos países têm adotado medidas legislativas para garantir o direito à igualdade de remuneração, acesso à educação, liberdade profissional e segurança social para suas cidadãs.


Além disso, estudos recentes indicam que investimentos nas mulheres também são benéficos para as economias locais e globais. Onde há mais mulheres em cargos de poder, existe menos corrupção.


É importante reconhecer o papel desempenhado pelas mulheres na construção de sociedades mais fortes e justas e na consolidação dos direitos humanos.


São coisas assim, afirmações importantes e de valor que vemos todo ano, quando chega este dia. É válido, é importante, mas é suficiente? Nós, mulheres, somos vitoriosas? Sim, muitas foram as conquistas, mas até quando teremos que comemorar conquistas? Não queremos ser apenas um apanhado de conquistas. Queremos o direito de caminhar na rua, pegar um Uber ou apenas estar sozinha em qualquer lugar - SEM MEDO de ser violentada por um HOMEM.


A violência contra as mulheres cresceu na pandemia. O feminicídio caiu na “normose”. Ninguém se importa mais com as notícias a respeito. Segundo o 16º Anuário Brasileiro de


Segurança Pública de 2022, de hora em hora, 26 mulheres sofrem alguma violência. A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada. E quatro são mortas por dia. Tudo isso só no Brasil.


Lutamos por maior representação feminina na política e pasmem! Somos a maioria da população brasileira, cerca de 52%. Ora, deveríamos ter os mesmos 52% de mulheres no Congresso e não ficarmos mendigando cotas em partidos. Ocupemos o nosso espaço.


Não queremos privilégios, queremos igualdade de DIREITOS, e quem sabe um dia sonhar pela EQUIDADE de direitos (o que é assunto para outro texto). As mulheres trabalham uma média de 8 horas a mais por semana do que os homens. Elas também estudam por mais tempo para “provar” sua competência.


No dia 8 de março de 1917, na Rússia, cerca de 90 mil operárias percorreram as ruas reivindicando melhores condições de trabalho e de vida. Esse evento, que deu origem ao Dia Internacional da Mulher, ficou conhecido como "Pão e Paz".


O que aconteceu mais de um século depois? A mesma Rússia hoje promove estupros coletivos na Ucrânia! Paradoxo, não?


No Brasil, só conquistamos o direito ao voto em 1932, o divórcio em 1977. Já a Lei Maria da Penha, que garante o mínimo de respeito às mulheres, só veio em 2006.


Para todas as mulheres do mundo, que sofrem, que choram, que vivem, que amam e que riem, deixo aqui a mensagem de uma das mulheres paranaenses que romperam barreiras e se sobressaíram em um mundo tão masculino, e soube tão bem expressar o sentimento feminino em cada momento de nossa existência, Helena Kolody.


“Oh! lágrima cristalina,

Tão salgada e pequenina,

Quanta dor tu não redimes!

Mesmo feita de amargura,

És tão sublime, tão pura

Que só virtudes exprimes”.

(Helena Kolody)


Carolina Maia

Advogada

Mestre em gestão ambiental

Membra da Comissão das Mulheres Advogadas da OAB/PR

Membra da Comissão de Estudos de Compliance Anticorrupção Empresarial


Contato: carolina.bortolotte@gmail.com


12 visualizações0 comentário

Comments


bottom of page