Por: Marcio Kieller
O dia 7 de maio é um dia histórico na política brasileira, pois o ex-presidente Luís Inácio o Lula da Silva confirma que é pré-candidato a presidente da república com uma aliança também histórica com o Geraldo Alckmin como vice-presidente.
Por que será um dia que entrará para a história? Entrará para a história porque em Lula estão depositadas as esperanças da maioria do povo brasileiro de voltar a ter dignidade, de voltar a sonhar e de ter novamente um governo que exercite a inclusão e a participação popular, com a volta do fortalecimento das políticas públicas e dos programas sociais. Mas, para, além disto, também é fundamental analisarmos as consequências positivas para a democracia brasileira, muito fragilizada nos últimos tempos, a serviço do neoliberalismo e do capital financeiro desumanizado, que esmaga gente e sociedades inteiras em nome da ganância e do lucro.
Isso observamos nos últimos tempos no mundo com a ascensão ao poder de uma lógica de extrema direita, que massacra a classe trabalhadora com a retirada de direitos e com a construção de uma reserva de mão de obra qualificada de trabalhadoras e trabalhadores, para justificar a rotatividade, a própria retirada de direitos e os baixos salários, ou seja: legalizar a exploração capitalista de mercado como lógica de funcionamento da sociedade.
Fazendo com que milhões de trabalhadores voltem à linha de pobreza, com dificuldades enormes de sobrevivência na atual sociedade e, por outro lado, coloca num séquito cada vez mais reduzido de privilegiados que podem fazer parte do círculo dos mais ricos.
Olhando para este cenário extremamente centralizador e desolador da economia para o povo é que termos a certeza que poderemos nestas eleições trazer de volta a luz e a esperança para a vida das trabalhadoras e trabalhadores, melhorando principalmente a forma como o governo conduz o aparelho de estado para atender a maioria do povo. Para que o olhar de um estado presente possa sanar e recuperar políticas públicas e programas sociais que foram descontinuados pelo governo golpista de Temer e pelo desgoverno protofascista de Bolsonaro, que tem entre suas prioridades somente atender a sanha acumulativa daqueles que financiaram o golpe de 2016 contra a presidenta Dilma e desenrolaram o tapete golpista até as eleições de 2018 impedindo, de forma ilegal e fraudulenta, que o próprio Lula participasse das eleições. Golpe que saiu pela culatra e deixou a direita golpista sem opção política, abrindo a porteira para tempos ásperos na política brasileira, com a ascensão de um governo que empodera milicianos e uma visão terraplanista e extremamente conservadora no que diz respeito a costumes e condução das políticas sociais para o povo.
Um governo que, ao contrário das necessidades do povo, busca a todo custo tirar o estado das principais áreas da sociedade, em todos os aspectos, seja do ponto de vista da promoção do bem estar do povo; seja do ponto de vista da fiscalização, que é trabalho do estado: seja no campo da fiscalização do trabalho, seja no âmbito da fiscalização das políticas públicas, seja no âmbito da fiscalização do abuso do capital em diversas áreas como, por exemplo, nas reservas naturais e minerais. Ou seja: a composição da maioria dos setores é feita por lobos em pele de cordeiro, coloca em lugares estratégicos do estado pessoas que estão a serviço do seu desmonte completo. Nós do movimento sindical que atuamos em todas as áreas e ramos de atividades, observamos que todos, todos sem exceção estão sob desmonte e sob ataque.
Só para falar de alguns deles, por exemplo, as estatais estratégicas para o povo, como a Eletrobrás, a Petrobras, os bancos públicos e com função social, os portos e aeroportos, os setores de mineração, a educação, a ciência, o setores da tecnologia, setores da segurança pública, enfim todos, estão sob ataque de um desgoverno que aposta no povo armado para resolver seus próprios problemas e em um estado mínimo e policialesco com forte influência das milícias de todos os tipos, militares, digitais, dentre outras. Somente ganhou um fôlego na sanha privatista o setor da saúde, o Sistema Único de Saúde - SUS, mas como o que impera no desgoverno é a lógica da voracidade e da ganância, acredito que é um fôlego temporário, e se não for derrotado nas urnas em outubro vai voltar também suas garras destruidoras dos serviços públicos para o SUS.
O povo tem visto e sentido na pele as privações deste desgoverno Bolsonaro que é seguido por diversos desgovernos estaduais que vão e foram a reboque das políticas negacionistas das que levaram à morte quase 700 mil brasileiras e brasileiros. E da mesma forma prejudicaram a economia. As pesquisas eleitorais, que demonstram a tendência de vitória do ex-presidente Lula, inclusive no primeiro turno, trazem nas suas transcrições, mesmo que implicitamente, as saudades e a necessidade do povo de ter de volta as políticas públicas, programas sociais, um estado forte, presente e participativo para que todos possam novamente se sentir cidadãs e cidadãos plenos de seus direitos, pois o estado tem que estar a serviço dos que mais precisam dele.
Por esses motivos e tantos outros é que vemos que no ano de 2022 é o ano de esperançar, como verbo! Ou seja, lutar muito para fazer Lula de novo nosso presidente, junto com os governadores que com ele se identificam, para que o povo possa ver realizada sua esperança na volta das políticas públicas e programas sociais de um governo que de fato esteja voltado para a maioria do povo. E como garantia fundamental que os senhores do grande capital financeiro nacional e internacional não nos ameacem com novos golpes, precisamos fortalecer nossas bancadas de deputadas, deputados, federais e estaduais e de senadoras e senadores, para que possamos dar o apoio e a sustentação suficiente para aqueles que queremos que conduzam os destinos políticos dos estados e da nação.
E Lula representa toda essa transformação que buscamos fazer no país através do poder do nosso voto na urna de trazer a paz e a esperança novamente para o povo brasileiro.
Trazer um país mais justo e democrático para todas e todos que nele vivem, com justiça e fraternidade política que coloque o amor em acima do ódio, coloque o trabalho acima da ganância, que coloque a inclusão social acima da exclusão de direitos e do desemprego. E para isso acontecer é somente com a eleição de Lula. É nessa eleição que estão depositadas todas as esperanças do povo de romper com a fome, a carestia, a falta de oportunidades para o povo. Lula é o verbo esperançar das trabalhadoras e trabalhadores mais humildes e que precisam das políticas de estado geradas, voltadas e aplicada para eles. Para que possamos novamente ter um país que sorri e que trabalha.
Marcio Kieller
Presidente da Central Única dos Trabalhadores do Paraná e Mestre em Sociologia Política pela Universidade do Paraná - UFPR
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