A Prefeitura de Curitiba implantou vagas do Estacionamento Regulamentado na Avenida Paraná entre os terminais do Cabral e Boa Vista. Segundo o site do município “As vagas democratizam o uso do espaço público e atendem solicitação de comerciantes e moradores da região”. Em algumas poucas quadras do trecho realmente existe a necessidade de “democratizar” as vagas. Mas em outras é uma medida que talvez não tenha a aprovação, nem de moradores, nem de comerciantes. Pelo menos as novas vagas de Estar vêm com um benefício: a possibilidade de estacionar por até 3 horas. Em outros pontos da cidade a permanência é de uma ou duas horas. Alguns anos atrás a Prefeitura chegou a instalar vagas de três horas nas imediações da Praça Espanha. Não me perguntem o motivo, mas elas não existem mais. Foram substituídas por paradas de duas horas.
Quem dirige na cidade já percebeu que hoje sobram vagas em ruas movimentadas até mesmo do Centro (casos da Augusto Stelfed, Ébano Pereira e Saldanha Marinho). Pode até ser um fenômeno temporário pós pandemia, mas outros fatores colaboram para isso: o aumento do número de pessoas em trabalho remoto; o crescimento do ensino à distância, o boom das compras online que eliminaram a necessidade de rodar por aí para comprar produtos, além do uso de bicicletas e aplicativos para se deslocar de um ponto a outro. Em outras palavras, o carro não é tão necessário neste momento da história do país.
A única vantagem do Estar dos novos tempos é o pagamento fracionado, a cada 15 minutos, o que não existia antes da terceirização do serviço. Mas agora qualquer descuido quando você excede o prazo da vaga pode resultar em multa R$ 195,23 e 5 pontos na carteira, já que não é mais possível regularizar a situação depois de autuado, como ocorria anteriormente.
A situação mais insólita de todas está no bairro do Juvevê. As ruas foram invadidas por placas de Estar. O problema é que na esmagadora maioria são endereços residências, ruas de pouco movimento, algumas até sem saída como a Cambará e a Paraguassu. A justificativa é a mesma: democratizar o espaço. Mas se não há demanda por vagas por que criá-las? Pedi informações à Setran e tenho cobrado a secretaria de governo para rever o posicionamento. Diaristas e porteiros que podiam ir de carro para o trabalho mudaram de ideia por causa do Estar. As fotos que ilustram este texto foram tiradas às quatro da tarde de um dia útil e ilustram bem a situação.
Herivelto Oliveira Jornalista e Vereador
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