"Ano passado fizemos algo parecido dentro da Gibiteca de Curitiba e foi uma experiência incrível, agora vamos aplicar a mesma ideia dentro do Cemitério Municipal, que é um lugar riquíssimo em histórias, e elas virão à tona por meio das habilidades artísticas dos participantes", destaca Fúlvio Pacheco, coordenador da Gibiteca de Curitiba.
Nesta última sexta-feira do mês (28/7), cerca de 40 desenhistas e roteiristas da cidade passarão a noite no Cemitério São Francisco de Paula, o Cemitério Municipal do bairro São Francisco, para "dar vida" às histórias de mortos famosos e anônimos.
Organizado pela Gibiteca da Fundação Cultural de Curitiba, em parceira com o Departamento de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a revista Calafrio, o resultado dessa imersão criativa será uma revista de HQ especial, prevista para ser lançada em outubro, no Halloween.
A proposta dos organizadores é trazer à tona o talento dos artistas locais e, ao mesmo tempo, contribuir com a memória histórica do Cemitério Municipal São Francisco de Paula, que é um museu a céu aberto.
O roteiro especial começa às 19h com uma visita guiada pelo cemitério, conduzida pela diretora de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Clarissa Grassi, renomada pesquisadora cemiterial.
Durante a visita, que terá duração de cerca de duas horas, os artistas serão apresentados às histórias de personagens históricos e populares que encontram sua "morada eterna" nos jazigos do cemitério municipal de Curitiba. Em seguida, o grupo se dirigirá a uma sala dentro do cemitério para desenvolver as histórias.
"Ano passado fizemos algo parecido dentro da Gibiteca de Curitiba e foi uma experiência incrível, agora vamos aplicar a mesma ideia dentro do Cemitério Municipal, que é um lugar riquíssimo em histórias, e elas virão à tona por meio das habilidades artísticas dos participantes", destaca Fúlvio Pacheco, coordenador da Gibiteca de Curitiba.
Desenterrando histórias
Fundado em 1854, o Cemitério Municipal São Francisco de Paula recebeu sua primeira moradora quase um ano depois. Num domingo, dia 30 de setembro de 1855, foi sepultada lá Delfina Antoneres Sampaio, 82 anos, que segundo as pesquisas da historiadora cemiterial faleceu de “moléstias internas”.
Quase 170 anos depois, o Municipal tem sido local de descanso de diversas personalidades ligadas à história de Curitiba e do estado do Paraná, como também de ilustres desconhecidos. São quase seis mil sepulturas que, segundo Clarissa, oferecem verdadeiras aulas sobre a cidade em seus diferentes aspectos: econômico, social, político, arquitetônico entre outros temas.
Para falar sobre o ciclo econômico mais importante do estado, por exemplo, Clarissa faz visitas guiadas mostrando as sepulturas das famílias dos barões da erva-mate como João Gualberto, Hauer, Miró, e outros sobrenomes conhecidos de placas de ruas e avenidas.
Mas o local é morada também de figuras populares que conquistaram fama após suas mortes. O exemplo mais conhecido é Maria Bueno, vítima de feminicídio em 1893, ela se tornou milagreira anos depois de ser enterrada no Cemitério Municipal de Curitiba.
Por abrigar tanto patrimônio cultural num único local, desde 2017 a Prefeitura de Curitiba por meio do Departamento de Serviços Especiais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente realiza visitas guiadas pelo Cemitério Municipal. Até aqui foram mais de sete mil pessoas que passaram pelos tours cemiterial.
Fonte: PMC
Foto:Jaelson Lucas/SMCS (arquivo)
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