Caiçara, canela seca, calcanhar pra trás...
Nascido em Matinhos, registrado em Guaratuba, família de 11 irmãos, trocou os estudos pelo trabalho, aprendeu a servir e virou garçom, trabalhou em restaurantes, bares, hotéis, dentre os mais famosos de Curitiba e de Foz do Iguaçu.
A irmã cozinhava com o irmão menor no colo, o óleo estava muito quente e o pequeno pôs a mão na panela. Resultado, seus dedinhos se dobraram em forma de gancho pela queimadura.
Daí vieram os apelidos, anzol, gancho, capitão gancho e no final apenas Capitão.
Capitão já serviu muitas autoridades e celebridades, de poucas se orgulha. Conta de muitos líderes populares que na mesa eram soberbos, arrogantes, metidos.
Veio morar no Juvevê com a família e a partir de 1992 passou a frequentar o bar. Nesta época rolava nos fundos um carteado e ele fazia parte das rodas de cacheta nos dias de folga ou após o expediente.
Aposentado, criou e encaminhou os filhos, segundo conta, tem seu conforto, trabalha ainda por “taxas”, e sobra um tempinho para vir ao bar, é alegre e falante, e se você pedir a ele alguma informação vai emendar conversa até não poder mais.
É um dos pioneiros, chegou no início, sobreviveu às crises, ao álcool, ao trânsito, à covid e continua firme.
...
-Caiçara, canela seca, calcanhar pra trás, e daí? Tem alguma coisa contra mim?
Era e é como costuma provocar.
Watson
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