Beber e dirigir
Embora ainda existam por aí muitos que “entornam o caldo” e se sentem o Senna, hoje temos mais consciência dos riscos de beber e dirigir, de assumir uma atitude irresponsável e pôr em risco vidas inocentes. Mais fácil, mais seguro e mais barato pagar o Uber, nem que o motorista te olhe com cara feia, morrendo de medo de você fazer “caquinha” dentro do carro dele.
Mas não foi sempre assim, e infelizmente grandes tragédias aconteceram e poderiam ter sido evitadas. Bailes, baladas e bares despejavam (infelizmente ainda despejam) no final das noitadas centenas, quiçá milhares, de veículos sem controle pelas ruas.
Lá do Bar do Dionísio não me recordo de nada grave ocorrido com os motoristas que saiam “cercando frango” depois das biritas. Mas tem uma história com um amigo que gostaria de partilhar.
Paulo, boa praça, divertido, chegado numa cerveja, comprou um carro, um Chevette, não me recordo o ano, comprou e enfeitou. Rodas de liga leve, capas de banco, adesivo do Corinthians e um escapamento esportivo (na época se chamava Kadron.) que fazia um barulho desgraçado.
Numa ocasião com os amigos tomou todas que pôde e no final da noite, apesar dos apelos para deixar o carro e ir de carona, teimou alegando que dirigia melhor quando bebia. Deu partida e arrancou deixando todos preocupados.
Sem nenhum acidente, ainda bem, entrou na garagem apertada do prédio em que morava, manobrou entre os carros vizinhos e colocou direitinho na vaga.
Mais tarde acordou com o porteiro do prédio que o chacoalhava pelos ombros.
-Seu Paulo... Seu Paulo...
-hann!
-Acorda Seu Paulo.
-Que é? Não posso dormir no meu carro, não?
-Poder o Senhor pode... mas para de acelerar, senão ninguém mais dorme.
Este caso rendeu muitas risadas, mas poderia render muita tristeza. Vamos brindar à vida, mas com bom senso, são muitos os destinos tortuosos a que a bebida pode levar.
Watson
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