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Alinhamento funcional: o segredo silencioso para viver melhor


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Você já reparou na sua postura enquanto mexe no celular, senta no trabalho ou até mesmo ao caminhar? A maioria das pessoas não se dá conta, mas pequenos hábitos diários vão, aos poucos, moldando o corpo — e nem sempre da melhor maneira. É nesse ponto que entra o alinhamento funcional, um conceito que pode parecer técnico, mas que está diretamente ligado à nossa saúde, disposição e qualidade de vida (KENDALL et al., 2007).


O corpo em equilíbrio

O alinhamento funcional nada mais é do que a forma como nosso corpo se organiza em movimento ou em repouso. Quando ossos, músculos e articulações trabalham em harmonia, o corpo distribui melhor o peso, evita sobrecargas e mantém a postura natural (HALL, 2016).


Mas basta um detalhe fora do lugar — um ombro que cai mais para frente, o quadril que gira de forma incorreta, o pescoço sempre projetado para a frente — e logo as compensações aparecem. O resultado, geralmente, é dor. “Não é raro ver pacientes chegarem com dores de cabeça, no joelho ou na lombar que, na verdade, têm origem em um desalinhamento postural” explica a fisioterapeuta Ana Martins. “O corpo tenta se adaptar, mas quando o desequilíbrio é mantido por muito tempo, surgem as lesões” (NORKIN; LEVANGIE, 2010).


Quando o corpo fala

O desalinhamento funcional não é algo que surge do dia para a noite. Ele se constrói de forma silenciosa, quase imperceptível. Horas sentado diante do computador, noites mal dormidas, falta de alongamento, sedentarismo ou até mesmo treinos realizados de forma incorreta vão deixando marcas (GORDON; BERNARD, 2021).

Essas marcas se manifestam de diferentes formas:


Dores persistentes nas costas ou nos ombros. Desgaste precoce em articulações, como quadril e joelho.* Redução da flexibilidade e da mobilidade.* Respiração encurtada, já que a postura curvada comprime a caixa torácica (KAPANDJI, 2012).

E há ainda um aspecto menos comentado: o emocional. A postura influencia a forma como nos sentimos e até como somos percebidos. Ombros caídos e tronco curvado podem transmitir cansaço, insegurança ou desânimo. Por outro lado, um corpo alinhado transmite confiança, energia e vitalidade (PEPER; LIN, 2012).


Como recuperar o equilíbrio

A boa notícia é que é possível recuperar — e manter — o alinhamento funcional. E o processo não exige mudanças radicais, mas sim consciência e constância.

Algumas estratégias simples podem fazer diferença:

Exercícios posturais: atividades como Pilates, yoga, treinamento funcional e até a musculação bem orientada fortalecem músculos estabilizadores e devolvem o equilíbrio ao corpo (LATEY, 2001).


Alongamentos diários: poucos minutos por dia já ajudam a aliviar tensões e devolver mobilidade (BEHM; CHAUDHARI, 2011).


Ergonomia no dia a dia: ajustar altura da cadeira, da tela do computador e evitar longos períodos sentado fazem parte da prevenção (BRASIL, 2018).

Consciência corporal: prestar atenção à forma como você anda, senta e até respira é um passo importante.


O que está em jogo

O alinhamento funcional vai além da estética. Ele é a base para um corpo saudável, livre de dores e capaz de se movimentar com eficiência. É também um investimento em bem-estar a longo prazo, já que previne problemas que poderiam surgir no futuro (HALL, 2016).


No fim das contas, cuidar do alinhamento funcional é cuidar de si mesmo. É dar ao corpo o que ele precisa para sustentar a vida com energia e liberdade de movimento.


Referências

BEHM, D. G.; CHAUDHARI, A. Short-term resistance training enhances proprioception. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 25, n. 4, p. 1025–1031, 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de ergonomia no ambiente de trabalho. Brasília: MS, 2018.


GORDON, J.; BERNARD, J. Posture and pain: understanding functional misalignments. Clinical Orthopaedics, v. 479, p. 765–773, 2021.


HALL, S. J. Biomecânica básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.

KAPANDJI, I. A. Fisiologia articular: esquemas comentados de mecânica humana. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012.


KENDALL, F. P.; McCREARY, E. K.; PROVANCE, P. G. Músculos: provas e funções. 5. ed. São Paulo: Manole, 2007.


LATEY, P. The Pilates method: history and philosophy. Journal of Bodywork and Movement Therapies, v. 5, n. 4, p. 275–282, 2001.


NORKIN, C. C.; LEVANGIE, P. K. Joint structure and function: a comprehensive analysis. 4. ed. Philadelphia: F.A. Davis, 2010.


PEPER, E.; LIN, I. Increase or decrease depression: how postures influence moods. Biofeedback, v. 40, n. 3, p. 125–130, 2012.


Acadêmicos: Bárbara Galvão Lourenço - Fabiana Rodrigues - Guilherme Oliveira - Janefer Balmant Trovilho - Yuri Inocêncio da Silva

Orientador: Welington Pereira

Faculdade: Estácio Curitiba

1 comentário


André Gomes
André Gomes
18 de set.

Muito bom , parabéns aos envolvidos, obrigado por compartilharem conosco.

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